sábado, 20 de setembro de 2014

Elemento básico | A dimensão

Representação de dimensão em formatos visuais bidimensionais também depende da alusão. A dimensão existe no mundo real. Não só podemos senti-la, mas também vê-la, com o auxílio de nossa visão de estereóptica e binocular. Mas em nenhuma das representações bidimensionais da realidade, como o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão, existe uma dimensão real; ela é apenas implícita. A ilusão pode ser reforçada de muitas maneiras, mas o principal artifício para simulá-la é a convenção técnica de perspectiva. Os efeitos produzidos pela perspectiva podem ser intensificados pela manipulação tonal, através do claro-escuro, a dramática enfatização de luz e sombra.
A perspectiva tem fórmulas exatas, com regras múltiplas e complexas. Recorre à linha para criar efeitos, mas sua intenção final é produzir uma sensação de realidade. Há algumas regras e métodos bastante fáceis de demonstrar. Mostrar de que modo dois planos de um cubo que aparecem nos nossos olhos depende, em primeiro lugar, de que se estabeleça o nível do olho. Só há um ponto de fuga no qual um plano desaparece.

Em termo ideais, os aspectos técnicos da perspectiva estão presentes em sua mente graças a um estudo cuidadoso, e podem ser usados com grande grande liberdade.

A perspectiva predomina na fotografia. A lente compartilha com olho algumas das propriedades deste, e simular a dimensão é uma das suas capacidades principais. Mas existem outras diferenças cruciais. O olho tem uma ampla visão periférica algo que a câmera é incapaz de produzir.

A amplitude de campo de câmera é variável, ou seja, o que ela pode ver e registrar é determinado pelo alcance focal de sua lente. Mas ela não pode competir com o olho sem a enorme distorção de uma lente olho-de-peixe. A lente normal não tem absolutamente a amplitude de campo do olho, mas o que ela vê se aproxima muito da perspectiva do olho. A teleobjetiva pode registrar informações visuais de uma forma inacessível ao olho, contraindo o espaço como um acordeon. A grande angular aumenta a amplitude do campo, mas também não é de modo algum capaz de cobrir a área dos olhos. Mesmo sabendo que a câmera tem sua perspectiva específica e diferente da do olho humano, uma coisa é certa: a câmera pode reproduzir o ambiente com uma precisão extraordinária e uma grande riqueza de detalhes.

A dimensão real é o elemento dominante no desenho industrial, no artesanato, na escultura e na arquitetura , e em qualquer material visual em que se lida com volume total em real. Esse é um problema de enorme complexidade, e requer capacidade de pré-visualizar e planejar em tamanho natural. A diferença entre o problema da representação do volume em duas dimensões é a construção de um objeto real em três dimensões.
É essa enorme complexidade de visualização dimensional que exige do criador uma imensa capacidade de apresentação do conjunto. Para a boa compreensão de um problema, a concepção e o planejamento de um material visual tridimensional existe em sucessivas etapas, ao longo das quais se possa refletir e encontrar as soluções possíveis. Primeiro vem o esboço, geralmente em perspectiva. Pode haver um número infinito de esboços, inquiridores e descompromissados. Depois vêm os desenhos de produção, rígidos e mecânicos. Os requisitos técnicos e de engenharia necessários à construção ou manufatura exigem que tudo seja feito com riqueza de pormenores. Por último, apesar dos altos custos que acarreta a elaboração de uma maquete talvez seja a única forma de fazer com que as pessoas de pouca sensibilidade para a visualização possam ver como uma determinada coisa vai ficar em sua forma definitiva.
Apesar de nossa experiência humana total estabelecer-se em um mundo dimensional, tendemos a conceber a visualização em termos de criação de marcas, ignorando os problemas especiais da questão visual que nos são colocados pela dimensão.

Veja mais:
http://brunnamds.blogspot.com.br/p/sintaxe-da-linguagem-visual.html

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